quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Teste de vacina contra Aids reduz pela primeira vez risco de infecção
Uma vacina experimental contra a Aids diminuiu, pela primeira vez, o risco de infecção pelo vírus HIV, afirmam cientistas.
A vacina - uma combinação de duas vacinas experimentais já testadas - foi administrada a 16 mil voluntários na Tailândia, no maior teste já realizado com uma vacina contra a Aids.
Os pesquisadores concluíram que a vacina reduziu em quase um terço o risco de contrair o vírus HIV, que provoca a doença.
O resultado está sendo visto como um avanço científico significativo, mas uma vacina global ainda está distante.
O estudo foi realizado pelo Exército americano com o governo da Tailândia e durou sete anos. Todos os voluntários - homens e mulheres com idades entre 18 e 30 anos - não eram portadores do HIV e viviam em algumas das regiões mais afetadas da Tailândia.
As vacinas combinadas para a produção desta já haviam sido testadas, sem sucesso.
Metade dos voluntários recebeu a vacina e a outra metade recebeu um placebo. Todos receberam aconselhamento sobre prevenção do vírus HIV.
Entre os voluntários que receberam a vacina, o risco de infecção pelo HIV foi 31,2% menor do que entre os que tomaram o placebo.
"O resultado é extremamente encorajador. Os números são baixos e a diferença pode se dever à sorte, mas a conclusão é a primeira notícia positiva no campo de vacinas contra a Aids em uma década", disse Richard Horton, editor da revista médica Lancet.
Ao todo, 125 pessoas foram contaminadas durante os testes, 74 no grupo dos que tomaram placebo, e 51 no grupo dos que tomaram vacinas.
"Nós devemos ser cautelosos, mas ter esperança. A descoberta precisa ser replicada e investigada urgentemente", afirmou Horton.
A cautela também foi apontada por outros especialistas em HIV, como Robin Shattock, da St George's University, de Londres.
"Ela (a vacina) só é ativa contra as cepas (do vírus) prevalecentes na Tailândia - então, não é amplamente ativa em outras partes do mundo - e uma redução de cerca de 30% não é grande o suficiente para realizarmos um teste ainda maior", diz ele.
"A grande significância aqui é que devemos analisar em detalhes esses indivíduos que foram protegidos ou infectados e ver por que a resposta imunológica protegeu alguns dos indivíduos. Se pudermos entender isso, estaremos a caminho de tentar desenvolver vacinas que sejam mais amplamente efetivas."
O resultado foi comemorado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo programa conjunto da ONU para a Aids (UN/Aids).
Segundo eles, os resultados "são caracterizados como modestamente protetores. Mas... trouxeram nova esperança no campo de pesquisa de vacinas contra a Aids".
http://noticias.br.msn.com/mundo/artigo-bbc.aspx?cp-documentid=21881020
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