segunda-feira, 7 de setembro de 2009


PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV)
Human papilomavirus

O papilomavírus (Human papillomavirus), conhecido com a abreviatura HPV é um vírus que infecta pessoas de ambos os sexos em qualquer faixa etária. Hoje são conhecidos mais de 70 tipos, sendo que 20 destes foram isolados, estudados e testados fornecendo fortes evidências que estão diretamente relacionados a doenças do trato genital feminino e masculino, principalmente ao câncer invasor de colo uterino. Em mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero o HPV está presente, sendo os mais prevalentes os tipos 6, 11, 42, 43, 44, 31, 33, 35, 51, 52, 58, 16, 18, 45 e 56. Outros tipos deste vírus causam verrugas comuns, benignas, nas mãos e pés, que podem desaparecer sem nenhum tratamento. Podem também provocar verrugas nos genitais e se não tratadas podem provocar mudanças na fisiologia celular transformando-a em célula cancerosa. O mecanismo básico para esta transformação está na capacidade do vírus interferir no genoma celular, incorporando algumas proteínas virais no cromossomo da célula, fazendo com que ela multiplique-se de forma acelerada e desordenada, originando o câncer. É importante salientar que nem todas as mulheres portadoras do HPV vão desenvolver câncer uterino ou verrugas no futuro, pois se seu sistema imunológico for eficiente, poderá facilmente eliminar este vírus.
O HPV está tão disseminado na população que a Organização Mundial de Saúde estima que aproximadamente 630 milhões de pessoas no mundo estão infectadas por ele. Muitas destas pessoas são portadoras assintomáticas, sem nenhuma manifestação clínica evidente, transmitindo o vírus sem saber. Situações como baixas condições sócio-econômicas, multiplicidade de parceiros sexuais, inicio precoce da atividade sexual, tabagismo, falta de higiene íntima adequada e falta do uso de preservativos contribuem para o desenvolvimento de tumores malignos. O HPV é transmitido principalmente pela atividade sexual e por ser altamente contagioso, poderá infectar a pessoa em uma única exposição. A camisinha não evita a transmissão, uma vez que ela não abrange todo órgão sexual. Estudos indicam que é possível a contaminação nos dois ou três primeiros anos de inicio da atividade sexual, principalmente entre os jovens, e que as lesões aparecem nos dois ou três primeiros meses após este contágio. Ainda não se sabe se a gestante transmite o HPV ao filho por via placentária, perinatal ou pós natal.
Os sinais mais comuns, primeiramente observados são as verrugas localizadas nas partes externas dos genitais, tanto no homem quanto na mulher, pois podem atingir uma grande área e muitas vezes são incômodas e dolorosas. Estas verrugas podem possuir a forma de couve flor, salientes, de coloração castanha-claro, marrom ou avermelhadas. Também podem ter a forma de condilomas acuminados, popularmente denominadas “crista de galo”. Quando estão localizados no colo do útero, vagina, uretra também podem ser sintomáticos ou não. No homem as lesões podem se múltiplas, de tamanho variado, localizando-se mais freqüentemente na glande, prepúcio e região perianal.
. Além disso, o papanicolau tem importância relevante na pesquisa de células com alterações malignas ou pré-malignas e no rastreamento do câncer invasivo do útero. Muitas vezes mesmo sem lesão aparente já se observa estas variações celulares, dado importante para programas preventivos. Outro exame associado ao papanicolau é a colposcopia. É um exame realizado com o colposcópio, um aparelho composto de iluminação e lentes especiais de aumento que permite a ampliação do campo visual e analisa diretamente do tecido uterino detectando lesões invisíveis a olho nu, antecipando assim o tratamento específico, evitando a propagação da lesão no futuro. Outros exames serão indicados e realizados de acordo com a necessidade e característica de cada paciente.
Estes exames proporcionam um diagnóstico mais precoce facilitando o tratamento, pois a lesão inicial tem mais chance de ser tratada com maior sucesso, evitando uma maior agressividade do vírus. Não existe medicamento específico contra o HPV. Torna-se imperativo a estimulação do sistema imunológico do (a) paciente para que ele combata a infecção através de boa alimentação, abandono do tabagismo, exercício físico, etc. As lesões menores são tratadas com agentes tópicos com podofilina, ácido tricloroacético ou cauterização. As maiores, de acordo com suas características eventualmente serão retiradas cirurgicamente. Pacientes aidéticos, transplantados e imuno-suprimidos são mais susceptíveis à infecção respondendo mal aos tratamentos. Após tratamento e desaparecimento das lesões os (as) pacientes são orientados e notificados da possibilidade de recorrência da doença. As mulheres tratadas deverão seguir controle a cada três meses, por seis meses, em seguida a cada 6 meses por 12 meses e a pós este período anualmente se não houver recidiva. O tratamento do condiloma não elimina HPV, e sim a lesão provocada por ele, sendo que os pacientes e seus parceiros devem ser orientados de que podem ser infectantes, mesmo na ausência de lesões visíveis.

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