O câncer de pâncreas, que matou na segunda-feira (14) o ator americano Patrick Swayze, é conhecido por sua extrema agressividade. “Entre os tumores sólidos (termo usado para diferenciar de outros tipos, como o linfático e a leucemia), o de pâncreas é com certeza um dos dois ou três mais agressivos”, diz Felipe José Fernández Coimbra, diretor do departamento de cirurgia abdominal do Hospital A.C. Camargo.
O pâncreas é uma glândula do aparelho digestivo localizada na parte superior do abdome, atrás do estômago, colada ao duodeno. É a responsável pela produção de enzimas atuantes na digestão dos alimentos e pela produção da insulina. É dividido em três partes: a cabeça (lado direito); o corpo (centro) e a cauda (à esquerda). “Quando o tumor é na cabeça do pâncreas, os sintomas costumam ser mais precoces”, diz o especialista. “Quando é no corpo ou na cauda, são mais tardios.”
O maior problema é justamente o diagnóstico tardio. Um dos sinais da doença é dor abdominal superior. Mas ela pode irradiar para a região lombar, confundindo com problemas de coluna. Pior: a dor em si já indica que os nervos ao redor do pâncreas foram atingidos, explica Antonio Carlos Buzaid, diretor-geral do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. “A dor, portanto, já indica incurabilidade.” Os sintomas incluem emagrecimento e, no caso dos tumores de cabeça do pâncreas, icterícia – coloração amarela da pele e dos olhos, causada por obstrução biliar.
A incidência da doença entre pessoas de 40 a 50 anos de idade é de 10 para 100 mil habitantes. Dos 80 aos 85 anos, a incidência é dez vezes maior (116 para 100 mil). Os fatores de risco são tabagismo, obesidade, pancreatite crônica, histórico familiar, diabetes, consumo crônico de álcool e algumas síndromes genéticas (como a síndrome de Lynch e a síndrome do melanoma familiar). Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que, no Brasil, o câncer de pâncreas representa 2% de todos os tipos de câncer e é responsável por 4% do total de mortes por câncer.
Nos Estados Unidos, de 30 mil a 40 mil pessoas são diagnosticadas com a doença a cada ano. No Brasil, aproximadamente 10 mil.
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1305545-5603,00-ATE+DOS+QUE+TEM+CANCER+DE+PANCREAS+RESISTEM+ANOS+APOS+TRATAMENTO.html
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
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