A COX-1 e a COX-2 são prostaglandinas sintases, ou seja, são enzimas que catalisam a produção de mediadores lipídicos a partir do ácido araquidônico. Esses mediadores lipídicos são conhecidos como prostaglandinas ou tromboxanos. É provável que a enzima COX-1 seja mais constitutiva, pois é encontrada em concentrações constantes em várias células do nosso corpo. Já a COX-2 parece ter um papel mais esporádico sendo induzida quando necessário, em casos de inflamação, câncer, ou outras situações onde há aumento da produção dessas prostaglandinas e tromboxanos. Esta é uma explicação simplificada sobre essas duas enzimas uma vez que a própria COX-1 também pode ser induzida a aumentar ou diminuir sua concentração em uma variedade de situações.
As estruturas primárias e secundárias das COX-1 e COX-2 são semelhantes, e suas estruturas terciárias são ainda mais parecidas. A COX-2 possui um canal hidrofóbico perto do seu sítio ativo, o que lhe fornece uma estrutura terciária com uma grande capacidade de acomodar inúmeros ligantes, tendo assim uma grande afinidade a vários substratos.
O que precisamos saber para verificar se os inibidores de COX-2 são mais bem tolerados que os inibidores não específicos da COX, sendo ambos igualmente analgésicos?
Para que possamos afirmar que os inibidores da COX-2 sejam superiores aos inibidores da COX-1 temos que atender a esses dois requisitos no que tange os efeitos colaterais no trato gastrintestinal:
1. Os inibidores da COX-2 não devem bloquear as enzimas COX-1 em áreas relevantes, no trato gastrintestinal ou em plaquetas a uma concentração da droga no plasma clinicamente relevante.
2. Os pontos clínicos finais da toxicidade gastrintestinal devem refletir a atividade da COX-1.
E, logicamente, ambas drogas devem oferecer a mesma analgesia.
Referências:
1. Kurumbail RG, Stevens AM, and Gierse JK. Structural basis for selective inhibition of cyclooxygenase-2 by anti-inflammatory agents. Nature 1996; 384:644-8.
2. FitzGerald GA, and Patrono C. The coxibs, selective inhibitors of cyclooxygenase-2. N Engl J Med 2001; 345:433-42.
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