terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mudar estilo de vida pode reduzir 28% dos casos de câncer de mama


O câncer de mama é o segundo tipo da doença mais frequente no mundo. No Brasil, é o que mais leva a morte entre as mulheres, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Um alento para os números alarmantes é que mudanças no estilo de vida podem prevenir 28% dos casos no Brasil, como estima a revisão de estudos promovida pelo Fundo Mundial de Pesquisas sobre o Câncer.
Um dos hábitos prejudiciais que devem ser evitados é a ingestão excessiva de álcool. "Beber acaba aumentando as chances de ter câncer de mama porque altera os níveis hormonais, como o do estrogênio. Caso tenha células precursoras de câncer, essas taxas elevadas podem favorecer a multiplicação delas".Vale lembrar que toda mulher produz estrogênio, mas existe uma atuação importante dele no desencadeamento da patologia. Se o consumo de bebidas alcoólicas fosse moderado, com no máximo um drinque por dia (uma lata de cerveja, um cálice de vinho, uma dose de bebida destilada), reduziria em 6% a incidência do problema.
O excesso de peso precisa ser eliminado. É que os quilos a mais na balança significam alteração nos níveis hormonais. "Além disso, quando as células de gordura estão repletas, liberam fatores pró-inflamatórios. É como se a pessoa estivesse em um processo de inflamação generalizada, o que a torna mais vulnerável a fatores cancerígenos." O recomendado é que o índice de massa corporal não ultrapasse 25, prevenindo 14% dos diagnósticos. O sedentarismo faz parte dos costumes inadequados. Colocar o corpo em ação queima as gordurinhas e equilibra os hormônios. Mas não basta praticar exercícios. Tem de ser em ritmo moderado, como uma caminhada mais acelerada, e por, no mínimo, 30 minutos diários. Com o tempo, a dica é tentar aumentar a intensidade ou estender o período. A medida isolada pode diminuir em 11% os casos de câncer de mama.
Amamentar também tem seus méritos quando o assunto é reduzir os riscos de desenvolver câncer de mama, mas não entrou nessa pesquisa do Fundo Mundial de Pesquisas sobre o Câncer. "Não foi computado na conta porque não há estimativas de quanto a população brasileira está amamentando", falou o nutricionista do Inca. "Mas amamentar diminui entre 10% e 20% os riscos da mãe ter a doença."
Enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido mamário por dentro, segundo Gomes. Assim, se houver células agredidas, são eliminadas e renovadas. "Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, entre elas algumas que poderiam ter lesões no material genético." Outro benefício é que as taxas do hormônio feminino estrogênio caem durante o período de aleitamento.
A história familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau foram acometidas antes dos 50 anos. Entretanto, o problema de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos.
A menarca precoce (primeira menstruação), a menopausa tardia (após os 50 anos), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e não ter filhos também fazem parte da lista, assim como a idade.


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